Evento
Como os elementos solidificam! ---
A luz da lua, aquele morro de giz
Em cujo vão nos deitamos
Costas contra costas. Ouço uma coruja chorar
De seu frio índigo.
Intoleráveis vogais adentram meu coração.
A criança no berço branco se vira e suspira,
Abre sua boca agora, exigente.
Sua pequena face é talhada em madeira vermelha, magoada
Então há as estrelas - inerradicáveis, duras.
Um toque : queimam e adoecem.
Não posso ver seus olhos.
Onde flores de maçã gelam a noite
Caminho em um anel,
Uma cova de velhas falhas, profunda e amarga
O amor não pode vir aqui.
Um vão negro se descobre.
No lábio opositor
Uma pequena alma branca ondula, um pequeno verme branco.
Meus membros, também, me deixaram.
Quem nos desmembrou?
O escuro está derretendo. Nos tocamos como aleijados
----
Original:
"Event
How the elements solidify! ---
The moonlight, that chalk cliff
In whose rift we lie
Back to back. I here an owl cry
From its cold indigo.
Intolerable vowels enter my heart.
The child in the white crib revolves and sighs,
Opens its mouth now, demanding.
His little face is carved in pained, red wood.
Then there are the stars - ineradicable, hard.
One touch : it burns and sickens.
I cannot see your eyes.
Where apple bloom ices the night
I walk in a ring,
A groove of old faults, deep and bitter.
Love cannot come here.
A black gap discloses itself.
On the opposite lip
A small white soul is waving, a small white maggot.
My limbs, also, have left me.
Who has dismembered us?
The dark is melting. We touch like cripples."
- 1962, Sylvia Plath
Nenhum comentário:
Postar um comentário